Inovação aberta cresceu no Brasil, mas metade dos executivos tem pouca experiência na área, aponta estudo

32% dos profissionais iniciaram esse movimento entre 2 a 5 anos atrás, o que indica que a inovação aberta está em estágio inicial

Por Camila Pergentino


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Inovação corporativa cresceu no Brasil, mas metade dos executivos tem menos de dois anos de experiência na área, aponta estudo — Foto: Getty Images
Inovação corporativa cresceu no Brasil, mas metade dos executivos tem menos de dois anos de experiência na área, aponta estudo — Foto: Getty Images

Um estudo realizado pela consultoria ACE Cortex em parceria com a Sling Hub revela que a prática de inovação aberta no Brasil está em crescimento, mas ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a maturidade. Dos profissionais que participaram do estudo, 32% iniciaram esse movimento entre 2 a 5 anos, e metade dos respondentes (50%) têm, no máximo, 2 anos de atuação com programas de inovação com parceiros externos.

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“Os dados mostram que estamos apenas no começo e há muito a ser feito, inclusive educar o mercado quanto à utilização do modelo de inovação com parceiros externos como potencializador da estratégia da companhia”, analisa Luís Gustavo Lima, CEO da consultoria ACE Cortex.

A pesquisa revela que metade dos entrevistados (50%) não possuem um programa estruturado de inovação aberta, e 44% dos respondentes disseram que os relacionamentos com ecossistemas de inovação são ocasionais. Os setores que mais investem em inovação aberta são: tecnologia, com 22%, seguido por finanças (11%), energia (10%), saúde (10%), serviços (9%), educação (5%) e agricultura (5%).

De acordo com o levantamento, 36% dos executivos afirmam que a adoção da inovação aberta foi motivada pela vontade de “desenvolver novos produtos e serviços” - e, por isso, está diretamente ligada às métricas e aos objetivos que querem alcançar. 34% dos entrevistados disseram não ter preferência pela maturidade/nível das startups, dizendo que o problema a ser resolvido é mais relevante do que o porte da empresa.

Entre as empresas que ainda não investem em inovação aberta, a principal causa citada são os recursos financeiros limitados (30%). Outros motivos são a falta de compreensão dos benefícios dos projetos (11%), dificuldade em encontrar parceiros adequados (10%), receio no compartilhamento de informações sensíveis (7%), cultura interna (7%) e falta de experiência com inovação.

Perfil das startups

O modelo de negócios das startups prioriza o B2B (51%), o que demonstra as oportunidades em parcerias comerciais na economia brasileira. “A inovação aberta representa uma oportunidade clara para essas startups, que podem facilmente testar e mapear soluções, assim como ter acesso facilitado ao público pagador. Por outro lado, as corporações podem se beneficiar de projetos de prova de conceito, avaliando as soluções que de fato tem potencial de transformar o seu negócio”, diz João Ventura, CEO e fundador da startup Sling Hub..

O estudo também revela que 1.366 startups brasileiras já estão atendendo corporações, o que representa 8% do total. Além disso, 15% dessas empresas já estabeleceram relacionamentos comerciais com mais de 10 clientes corporativos.

“Das startups ativas no Brasil, atualmente, cerca de 8% já realizam alguma atividade em conjunto com corporações. Isso mostra que, apesar dessas parcerias estarem em ascensão, ainda existe um mar aberto de oportunidades a ser explorado”, diz Lima.

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